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Boca de Brasa traz de volta manifestações culturais nas periferias

 

O relançamento do projeto Boca de Brasa, da Fundação Gregório de Matos (FGM), vai movimentar a Praça Municipal nesta quarta-feira (dia 25), às 16h30. O evento contará com a participação do cantor Saulo, dos participantes do Grupo Quabales, e do ex-prefeito Mário Kértesz, homenageado do evento por ser o criador do projeto. O Boca de Brasa, coordenado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Cultura e Turismo (Sedes), a qual a FGM está vinculada, vai contemplar a participação de 500 artistas a partir de outubro deste ano.

 

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“Eu estou muito feliz com a volta do Boca de Brasa. Um projeto inovador e revolucionário, que permitia à população mais carente participar de atividades culturais na periferia de Salvador. A maior prova de que é um projeto forte e importante é que a administração de ACM Neto teve a visão de incorporá-lo, apesar de ter sido desprezado por anos. E, mais do que isso, a administração atual relança-o sem negar sua autoria, coisa comum e frequente no meio político. Ele poderia mudar o nome ou até mantê-lo, mas sem dar o reconhecimento aos responsáveis pela sua implantação. Fico alegre e tenho a certeza de que dará grandes frutos à cidade”, afirma o ex-prefeito Mário Kértesz.

 

Os primeiros bairros que vão receber o caminhão-palco, as oficinas, o mapeamento cultural e o edital anual são Cajazeiras, Boca do Rio e Plataforma. As oficinas artísticas e técnicas vão acontecer às 4ª, 5ª 6ª e sábados. Aos domingos, o palco vai ser aberto para a apresentação dos resultados das oficinas ao lado de artistas locais e convidados. Neste novo formato, o projeto acontecerá de quinze em quinze dias, em dois bairros no mesmo mês.

 

“O projeto Boca de Brasa marcou o panorama local e ficou na memória de forma positiva. Assim também o apoio às manifestações culturais não fica mais restrito ao eixo Campo Grande – Pituba. Começamos com três bairros agora e mais sete até julho de 2014, atingindo todas as regiões que abrangem as Prefeituras-Bairro”, explica Fernando Guerreiro, presidente da FGM. Os bairros selecionados estão situados em regiões de grande densidade demográfica, carente de recursos, com muita movimentação artística, como informa o presidente. As oficinas e palestras vão ser realizadas nas escolas e espaços culturais de cada bairro.

 

“Estamos implantando uma política cultural para o município que prevê projetos que deixam algum legado para a cidade e que possa ultrapassar gestões. Por isso a importância de retomar alguns projetos do passado, a exemplo do Boca de Brasa, um dos mais importantes projetos de cultura que Salvador já teve”, destacou Guilherme Bellintani, secretário de Desenvolvimento, Turismo e Cultura.

 

As oficinas ministradas são: produção cultural, direção artística e gestão de grupos, criação musical, grafite digital, danças de rua e criação literária. Elas vão fazer parte de um mapeamento cultural, que possibilitará a identificação e incentivo a grupos e coletivos. Uma rede de comunicação entre os grupos será criada para facilitar a mobilidade entre eles. Assim, o grupo de um bairro vai para outro e vice-versa. Já o Edital Boca de Brasa vai dar suporte técnico e financeiro a grupos selecionados nas comunidades visitadas pelo.

 

Os destaques do projeto serão apresentados num grande encontro anual na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Em 2014, serão contempladas duas localidades de cada Prefeitura-Bairro. São elas: Centro/Brotas; Subúrbio/Ilhas; Cajazeiras; Itapuã/Ipitanga; Cidade Baixa; Barra/Pituba; Liberdade/São Caetano; Cabula/Tancredo Neves; Pau da Lima; e Valéria.

 

Histórico – Em 1986, o projeto Boca de Brasa foi criado pela FGM para fomentar a cultura na periferia de Salvador, com o foco no resgate da cidadania, através do incentivo ao desenvolvimento das diversas manifestações artísticas de cada região. Contava com uma estrutura com quatro carros-palco e uma equipe de profissionais de diversas áreas artísticas que iam até os bairros periféricos. Interagindo com as lideranças, associações e grupos locais, contemplavam as mais diversas manifestações artístico-culturais da área. Em 2003, o projeto foi suspenso após a realização de 600 apresentações. 

 

Idealizado por Roberto Pinho e Wally Salomão e coordenado por Bernard Duarte e Walter Seixas, o projeto Boca de Brasa foi inaugurado com a montagem da ópera “Gregório de Mattos, de Guerras”, do diretor Márcio Meireles. Duzentos atores fizeram parte da seleção que escolheu trinta e sete deles para a formação do elenco. O espetáculo homenageava os 350 anos de nascimento do poeta baiano e contava a sua história. O projeto abrigava uma série de iniciativas relacionadas à dramatização, montagem de peças, oficina de atuação, seminários e criação de um acervo de textos teatrais de autores baianos.

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