Pedagogos, assistentes sociais e orientadores educacionais da Fundação Cidade Mãe (FCM) iniciaram nesta semana o curso de formação em Libras, promovido pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), por meio da Diretoria de Políticas Públicas da Pessoa com Deficiência (DPCD). A capacitação dura em torno de seis meses e acontece na sede do órgão, no Engenho Velho de Brotas, todas as terças-feiras, das 9h às 11h.
O curso capacita os profissionais no uso da linguagem de sinais, para que crianças e adolescentes com perda auditiva possam ser beneficiadas pelos projetos da FCM. Cerca de 40 colaboradores do órgão participam da atividade e, durante a formação, os cursistas aprendem na prática como lidar com as principais necessidades envolvendo deficientes auditivos.
“Essa iniciativa busca promover a acessibilidade e assim proporcionar autonomia às pessoas com deficiência. Assim contribuímos para a superação de algumas barreiras e espaços acessíveis, para que as pessoas usufruam dos serviços públicos com maior segurança e em igualdade de oportunidades”, destacou o titular da Sempre, Daniel Ribeiro.
A pedagogia utiliza como base um método desenvolvido por um professor com perda auditiva, o que faz toda diferença na aprendizagem da língua. A capacitação é ministrada pelo instrutor de libras Divanildo Pereira. No primeiro momento, é feita uma triagem, a fim de reconhecer as necessidades, demandas e expectativas dos colaboradores, no sentido de planejar o curso de acordo com a realidade dos profissionais.
Planejamento estratégico – A coordenadora de Gestão de Projetos da DPCD, Luana Rodrigues, afirmou que o curso faz parte do planejamento estratégico, que tem como metas e objetivos capacitar o maior número de servidores do município, oferecendo preparo e condições de comunicação básica para atender o cidadão com deficiência auditiva, em unidades de atendimento e acolhimento de Salvador.
“Existe a necessidade de implementar o programa na FCM porque há vários projetos de atendimento a crianças e adolescentes, que necessitam de inclusão. A qualificação e preparação para recepcionar com perda auditiva é essencial para cumprir o objetivo do acolhimento integral. Durante o curso, formamos profissionais que não terão dificuldades em aplicar projetos e trabalhar com crianças soteropolitanas. A ideia é alinhar a linguagem de Libras com o dia a dia do profissional. O curso torna o servidor um colaborador bilíngue e fluente, capaz de se comunicar e incluir”, disse Luana.
A presidente da FCM, Isabela Argolo, afirmou que para acolher e desenvolver um trabalho de inclusão é indispensável a formação em Libras. “É um grande momento para a Fundação Cidade Mãe. Uma instituição, que trabalha com crianças e adolescentes, precisa estar preparada e munida de todas as ferramentas necessárias para promover a inclusão”, afirmou.
Atendimento pleno – Educador da FCM, Alan Santos, destacou a importância da capacitação para o desenvolvimento do trabalho exercido. “É missão da fundação promover a inserção deste público, seja no meio artístico, profissional ou cultural, acolhendo diversas crianças e adolescentes, sejam elas com deficiência ou não. O meu objetivo é aprender para poder lidar, futuramente, com os nossos assistidos, mas também com o público. Quero realmente me especializar para que eu possa atender de forma plena”.
Colaboradora da fundação há 14 anos, Josilda dos Santos afirmou que o curso é uma forma de ampliar o público assistido pelo órgão, tornando-o acessível para mais pessoas. “Precisamos estar qualificados para receber todas as pessoas necessitadas dos serviços que prestamos. Já tivemos a experiência de uma mãe que foi matricular o filho e não sabíamos como nos comunicar. Agora formados, teremos outra postura. É um divisor de águas para o desenvolvimento do nosso trabalho, tenho ótimas expectativas”, concluiu.
