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Curso de panificação proporciona transformação social em Coutos

Atentos às orientações do professor, os alunos foram manuseando a massa que serviu de base para a produção de diversos alimentos salgados. O aroma na cozinha industrial situada no Subúrbio 360, em Coutos, encantava a todos que se aproximavam para observar a produção das peças. Esta foi a aula de encerramento do curso de panificação básica oferecido pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), em parceria com o Senai Bahia.

O curso foi iniciado no ano anterior e teve de ser suspenso em decorrência da pandemia. Seguindo as normas sanitárias de prevenção do coronavírus, as aulas foram retomadas e, na última sexta-feira (24), foram capacitadas três turmas, totalizando 60 alunos. A expectativa é que novas turmas possam ser iniciadas no próximo ano.

Ana Paula Carvalho, 35 anos, é uma das alunas que tiveram a vida transformada após participar do curso. Ela afirma que descobriu na panificação uma terapia e a motivação para empreender. “Eu achava que não tinha capacidade para realizar nada de bom até que conheci este curso. Ele mexeu demais com minha confiança. Produzindo os salgados esqueço da depressão e da ansiedade, faço amizades e me sinto forte para enfrentar qualquer desafio. Aprendi a ter autoconfiança e hoje tenho o meu próprio negócio”, contou emocionada.

Com os conhecimentos adquiridos no curso, Ana Paula montou uma empresa familiar: produz salgados e tortas para vender em casa com o apoio da filha Ana Raquel, 20 anos, que faz embalagens para agregar valor aos produtos. Seu negócio ainda abarca bolos de aniversário e casamento – estes ela aprendeu a fazer no curso de confeitaria, também realizado no Subúrbio 360. A renda contribui no sustento delas e de Isaac, 14 anos, e Jeremias, de dois anos, também filhos de Ana Paula.

Oportunidade – A titular da SPMJ, Fernanda Lordelo, afirmou que a atividade promove a geração de renda nas comunidades e possibilita o empoderamento feminino. “Os cursos de qualificação profissional oferecidos pela secretaria visam dar às mulheres a oportunidade de alcançar a independência financeira e de contribuir com o orçamento dos seus lares. Em caso de mulheres vítimas de violência doméstica, ter a sua própria renda permite que muitas vítimas tenham forças para sair do ciclo de violência”, destacou.

O professor de panificação Emanuel Moreira destacou que o curso é a porta de entrada para a comunidade se especializar em outras áreas da produção de alimentos e desenvolver atividades como prestadores de serviço ou em negócios próprios. “As dificuldades com a pandemia foram agravadas e a necessidade de aprender uma profissão se tornou ainda mais forte. Aqui tenho alunos que abriram casas de bolo, padarias, confeitarias e outros comércios. Acredito que estamos ajudando a comunidade a se recuperar e a vontade é de seguir em frente”, afirmou o professor.

As aulas duraram 15 dias, nos turnos diurno e noturno. Além da parte prática da panificação básica, os alunos aprenderam sobre educação e segurança alimentar, empreendedorismo e outras temáticas relacionadas ao desenvolvimento pessoal. Desde 2018, quando os cursos voltados à produção de alimentos tiveram início no local, já foram formados mais de três mil alunos.

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