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Espaço Pierre Verger recebe bate-papo sobre memória e candomblé

O Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana, na Barra, foi palco do bate-papo Memória e Tradição, que trouxe como tema “Mãe Senhora e a Importância da Luta do Povo de Santo”. A atividade foi realizada na quarta-feira (9) e ministrada por André Luís Bispo, babalorixá do Ilê Ooni Ogunjá Axé Omi, terreiro de candomblé também conhecido como Colina de Oxóssi. 

Bispo discorreu sobre a dinâmica histórica do processo de resistência e luta do povo de axé, destacando a atuação de Mãe Senhora, como ficou conhecida Maria Bibiana do Espírito Santo, sacerdotisa suprema do Ilê Axé Opô Afonjá entre os anos de 1942 e 1967.  

“Ela foi uma figura imensa, em um tempo em que a opressão era muito maior. É fundamental conhecer melhor a história de Mãe Senhora, inclusive para encorajar os jovens a assumir sua identidade religiosa e a aprender sobre as estratégias de sobrevivência cultural através do terreiro. Ela consolidou o grupo de obás, a comunicação do terreiro com parte da elite baiana, com a mídia, o campo literário, nos ajudando a quebrar paradigmas e a difundir o candomblé”, disse o babalorixá. 

Supervisora do Espaço Pierre Verger, que é administrado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Simone Lopes ressaltou o fato de o evento ocorrer no Novembro Negro, data em que as pessoas, espaços e instituições se movimentam para reforçar a luta contra o racismo, que é diária, mas que ganha mais intensidade neste período. 

“Devemos sublinhar ainda a relação de Pierre Verger com o culto afro, ele que foi um mensageiro entre a Bahia e África, o sagrado e o profano, e que deixou registros de vital importância para reconhecermos a interinfluências destes territórios em nossa formação. Aqui, recebemos estudantes, pesquisadores, turistas, que saem encantados com a entrega de Verger à cultura afro-brasileira”, concluiu. 

Próximas atividades – No sábado (12), às 14h, o fotógrafo e professor da Escola Baiana de Fotografia, Roberto Faria, promove uma oficina sobre técnica fotográfica no smartphone, formas de composição e enquadramento fotográfico, seguido de saída fotográfica do entorno do Forte de Santa Maria, até o espaço Carybé de Artes, no Forte São Diogo.

No domingo (13), às 15h, acontecerá a atividade de arte educação, com leitura do livro “Mulheres Abayomis”, da autoria de Adilson Passos. Logo em seguida, será realizado um quiz de perguntas sobre o continente africano e produção de bonecas de tecido. A oficina será realizada pela mestra em Educação e Arte-Educadora, Carolina Lima. 

Já próxima quarta-feira (16), às 16h, um bate-papo com a fotógrafa Amanda Oliveira vai abordar histórias e costumes da cidade de Salvador, além da relação com as obras de Verger. No dia 19, também às 16h, serão exibidos os documentários Gato Capoeira, dirigido por Mário Cravo Neto, e Vadiação, dirigido por Alexandre Robatto Filho. Os filmes abordam as vivências nas ruas de Salvador, com capoeiristas, canções e berimbaus. 

Já no dia 23, às 16h, será realizada uma roda de conversa com profissionais das artes, cultura e educação, que abordarão sobre os próprios processos criativos. Devido ao Novembro Negro, o convite de participação da atividade foi feito ao Acervo da Laje, que desenvolve trabalhos de fortalecimento da memória artística e cultural, no Subúrbio Ferroviário. 

No dia 30, às 16h, o bate-papo sobre memória e tradição marca a programação. Durante a atividade, imagens de Acervos serão comentadas pelo antropólogo Alexandre San Góes. 

Acesso – O Espaço Pierre Verger de Fotografia Baiana é aberto à visitação das quartas às segundas-feiras, das 10h às 18h. O ingresso custa R$20 por pessoa, com meia entrada facultada a residentes de Salvador, estudantes e idosos.  

Criado: 10 Novembro 2022

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