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Mulheres ressaltam desafio de ser mãe e vencer barreiras no trabalho

Muitas mulheres consideram ser mãe, além de um sonho, um grande desafio. Que pode ser ainda maior quando é adicionado mais um aspecto: atuar no mercado de trabalho. Conciliar a maternidade e o lado profissional é uma missão que muitas delas têm que enfrentar no dia a dia, principalmente quando a profissão escolhida ainda é desempenhada, majoritariamente, por homens, ou ainda sofre algum tipo de preconceito, por exemplo.

Na Guarda Civil Municipal (GCM), as mulheres que são mães se destacam em diferentes áreas, algumas recém-iniciadas na carreira. O efetivo total é de 1.297 agentes, sendo 152 mulheres, 71 com filhos. Uma delas é Magnólia Santiago, de 40 anos. Há 12 anos na corporação e hoje na Gerência de Desenvolvimento Humano do órgão, ela é casada com um policial militar e tem uma filha de 11 anos.

Para ela, ser mãe e mulher, e ainda trabalhar com segurança pública, tem sido maravilhoso. Perguntada sobre o que pensaria da filha em seguir a área dos pais, ela foi enfática: “Meu sentimento seria de orgulho, porque ela está estudando e quer ser profissional da Aeronáutica, que também é uma força de segurança”.

Recém-chegada, a aluna Viviane Nunes tem 34 anos e é mãe de uma menina de 10 anos. Para ela, os momentos não têm sido fáceis pela dedicação que é preciso dar ao curso de formação e, também, à família. “É gratificante entender a compreensão dela como filha, e só tenho a agradecer por estar aqui hoje e poder proporcionar uma vida melhor para ela também”.

Competência com sensibilidade – Para o inspetor Marcelo Silva, ter mulheres, mães e chefes de família na Guarda Civil é importante. “A mulher tem uma sensibilidade, um olhar diferente no operacional, no acolhimento que temos no Centro de Valorização, para tratar as questões da melhor forma. Elas lidam com isso de forma natural. O mundo ainda é machista, mas vem melhorando e a mulher vem mostrando seu valor”, declara.

A GOE Ana Elaine Portela é um exemplo disso. Mãe de duas crianças de 4 e 8 anos, a agente, que entrou na GCM em 2008, acredita que a importância maior de ser guarda é ver mulheres ocupando destaques profissionais por serem tão capazes quanto os homens. Para ela, que há sete anos faz parte do grupamento, a questão de ser mãe e guarda é uma realização profissional, que significa a independência profissional e financeira.

Força de vontade – A agente de trânsito e transporte Magnólia Soares, de 64 anos e mãe de duas filhas, de 41 e 34 anos, conta que o desafio maior ocorreu no início da maternidade. “Eu não tinha quem tomasse conta da minha filha e, mesmo sendo meio turno, era uma correria ser mãe e trabalhar na rua. Mas, graças a Deus, se eu tivesse alguma necessidade de cuidar, levar ao médico, as pessoas com quem eu trabalhava compreendiam”, relata.

Já a motorista de transporte complementar Jaqueline Matos, 40 anos e mãe de três filhos, elenca os motivos para que conseguisse atuar na profissão. “Força de vontade, caráter e nunca desistir, pois com trabalho a gente consegue tudo. Mesmo sem perspectiva e oportunidades, consegui vencer através do trabalho e pude dar as coisas a meus filhos”, declara.

Orgulho – Mãe e avó, a agente de varrição Maria Raimunda Alves ressalta o orgulho do próprio trabalho, contra qualquer preconceito que a função ainda sofre por parte da sociedade. “Dou muito valor à minha profissão, pois é daqui que a gente tira nosso pão de cada dia. É um trabalho digno e tenho muito orgulho de ver o que eu fiz e o que eu faço até hoje. Eduquei e formei meus filhos e vou me aposentar aqui”, revelou.

A colega Luislane Paranhos, mãe de Ana Carolina, de 12 anos, e à espera de Luiz Tiago, relata que a agente de limpeza tem que ser, além de mãe, mulher e guerreira. “É acordar cedo, deixar filho em casa, voltar com sorriso no rosto pra não demonstrar o que a gente passa, ser firme e forte pra mostrar que o nosso trabalho é digno, que é necessário e a gente está sempre ali. Mesmo assim, tenho muito orgulho de ser mãe”, finalizou.

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