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Selo da Diversidade Étnico-Racial auxilia no combate ao racismo nas organizações

O Dia da Consciência Negra, celebrado no sábado (20 de novembro), marca a comemoração de conquistas legais pela população negra e afrodescendente e também traz as reflexões sobre o combate ao racismo e à discriminação nos diferentes espaços sociais. Por meio da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), a Prefeitura de Salvador desenvolve diversas ações para promoção e reparação racial na cidade. 

Uma dessas iniciativas é o programa Selo da Diversidade Étnico-Racial, com o objetivo de chamar e conscientizar organizações privadas a realizar, em conjunto com esferas públicas, políticas de inclusão e de reparação racial. A iniciativa certifica empreendimentos nas categorias Compromisso e Reconhecimento.

Na primeira categoria, as instituições se comprometem a cumprir diretrizes voltadas para a promoção da diversidade étnico-racial, dentro da própria empresa, além de entregarem um diagnóstico censitário e um plano de trabalho. Já a segunda categoria consiste em uma honraria concedida pelo Comitê Gestor a micro e pequenas empresas, em geral familiares, cujo proprietário e/ou administrador seja negro (a) e que conte, no mínimo, com cinco funcionários, sendo, na maioria, negros. Esse reconhecimento também pode ser concedido a entidades sem fins lucrativos que lutem pela valorização da diversidade.

Atualmente, 131 empresas estão certificadas com o Selo da Diversidade Étnico-Racial em Salvador. Além da promoção do Selo, a Semur também promove workshops para fortalecimento das ações e engajamento de entidades do setor privado e da sociedade civil na iniciativa. Neste mês de novembro, a atividade contou com uma palestra sobre “Diversidade e Inclusão Social nas Empresas”, ministrada pelo fundador da Revista Raça e ex-secretário de Promoção Social de São Paulo, Maurício Pestana.

Responsabilidade social – Para o coordenador de Projetos e Políticas da Reparação da Semur, Alison Sodré, o selo não é uma condecoração ou um prêmio. Ele ressalta que a iniciativa representa uma responsabilidade social e surge a partir da necessidade de se fazer o diferencial, de conectar experiências e práticas no combate à discriminação racial e ao preconceito dentro das organizações, visando eliminar atitudes racistas, homofóbicas e qualquer tipo de discriminação ou preconceito no ambiente laboral.

“Nas organizações, estimulamos a reflexão da importância da diversidade étnico-racial, seja pela ótica da ética, quanto da reparação, da justiça, seja pela competitividade no mercado, ao impulsionar a criatividade, a inovação e o lucro. A partir daí a empresa começa a pensar, planejar e efetivar projetos e implementar políticas internas de combate ao racismo para a promoção da equidade e valorização da diversidade”, declara Sodré.

Thiago Oton, líder do pilar Raízes de diversidade étnico-racial da Kordsa, uma das empresas contempladas com o selo desde 2018, acredita que uma das principais contribuições da certificação é a definição exata e compreensível do que precisa ser feito para a promoção de um ambiente de trabalho pautado na diversidade.

Segundo ele, a empresa tem referencial tanto na parte educacional, com capacitações de mão de obra em relação à conscientização, como também em ações estruturantes, que envolvem o processo de contratação, a presença de pessoas negras em cargo de poder e liderança, entre outros aspectos.

Um censo étnico-racial é produzido e repassado para a Semur anualmente pela multinacional de manufatura têxtil, cuja unidade brasileira já conquistou o prêmio de “O Melhor Lugar para Trabalhar no Brasil” pela Revista Você S/A em 2019, e de “Lugar Mais Incrível para Trabalhar” pela FIA UOL, em 2020.

“O Selo da Diversidade Étnico-Racial é uma iniciativa sensacional, partindo do pressuposto que a gente só vai conseguir de fato a transformação em relação à diversidade, seja ela de sexo, gênero, raça e de demais demandas existentes, não só com o envolvimento do poder público, mas também com o envolvimento da iniciativa privada e de toda a sociedade voltando-se para essas questões”, avalia Oton.

Benefícios – Pesquisas mostram que empresas que trabalham com a diversidade étnico-racial são mais criativas, inovadoras e produtivas. Por exemplo, segundo a Mckinsey e Company, consultoria empresarial americana, empresas que possuem práticas de inclusão racial conseguem resultados cerca de 35% superiores em comparação às que não praticam. Já o Instituto Akatu, organização sem fins lucrativos que luta pelo consumo consciente, diz que 53% dos consumidores preferem comprar de empresas com diversidade e inclusão.

Inscrições – Novos empreendimentos e instituições podem se inscrever até o dia 10 de dezembro por meio do site da Semur (reparação.salvador.ba.gov.br) ou no endereço http://selodiversidade.salvador.ba.gov.br/. Para efetuar o registro, é necessário preencher o formulário, um plano de trabalho e um censo raça/cor de seus colaboradores. Novas certificações estão previstas para acontecer em dezembro próximo. 

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