As principais vítimas são as mulheres e meninas da parcela mais pobre da população
"Estupro: crime contra a vida e a dignidade humana" foi o tema do debate da Quinta Temática realizada, nesta quinta-feira (23) pela manhã, pelo Centro de Referência Loreta Valadares na sua sede na Federação. O evento, que teve como palestrantes a assistente social do Ministério Público da Bahia Cinthia Amaral e a advogada do Projeto Viver, Amanda Matteo, contou com a presença da vice-prefeita Célia Sacramento, da superintendente municipal de Políticas para as Mulheres, Mônica Kalile, e da gerente do CRLV, Celina Almeida.
"Em Salvador, como em todo o Brasil, ainda acontecem muitos casos de estupro com mulheres de todas as idades, inclusive com crianças. As principais vítimas são as mulheres e meninas da parcela mais pobre da população. Esse é um tema que precisa ser amplamente discutido e atacado. Essa é a proposição deste evento promovido pelo Loreta Valadares", afirmou a vice-prefeita.
Na sua apresentação, a representante do Ministério Público chamou a atenção para as mudanças na lei que trata do estupro. De acordo com Cinthia Amaral, hoje uma mulher pode ser considerada vítima de estupro mesmo sem o ato de penetração. "O simples fato de obrigar uma mulher a se despir contra sua vontade ou mesmo assistir a um filme pornográfico que antes seria considerado de atentado violento ao pudor hoje já caracteriza um estupro", explica a assistente social.
A superintendente Mônica Kalile lembrou que Salvador é a 5ª capital brasileira em ocorrências de casos de violência contra a mulher, entre esses se destacam os estupros. "O objetivo deste evento é convocar a sociedade para atuar na prevenção a este tipo de crime. Temos que ressaltar que muitos crimes de estupro não são relatados porque as mulheres se sentem ameaçadas pelos seus agressores. Esse tipo de ação visa fortalecer o trabalho de prevenção a crimes desta natureza", afirmou a titular da SPM.
Com uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da área de serviço social, psicologia, direito e pedagogia, o Centro de Referência Loreta Valadares é uma das instituições que podem acolher as mulheres que procuram fugir da violência. "Existe toda uma rede de atenção envolvendo diversas instituições para dar assistência à mulher, mas é preciso que antes de tudo ela denuncie a violência a que foi submetida", destacou Mônica Kalile.
O encontro contou ainda com a participação da vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia, Alessandra Almeida, da delegada Valquíria Barbosa, além de representantes de entidades ligadas à Rede de Atenção à Mulher.