Logo Prefeitura de Salvador

Valorização das raízes africanas é destaque no aniversário da Casa do Benin

Os 25 anos da Casa do Benin, administrado pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), foram comemorados com uma programação especial nesta semana, na sede da instituição, no Pelourinho. Com a presença de personalidades e grandes representantes da luta em favor da igualdade social, foi realizada na quinta-feira (21) a abertura das comemorações, que prosseguem nesta sexta-feira (22) e fazem parte das atividades da Prefeitura de Salvador no mês da Consciência Negra.

 

 

Em uma conferência intitulada “A importância sociocultural e identitária da Casa do Benin na Bahia”, os palestrantes mostraram que, ao longo de sua história, o local tem assumido uma posição estratégica nas ações de estreitamento dos laços entre a Bahia e o país e a África como um todo.

 

 

A casa foi construída no ano de 1988, através de ações integradas entre políticos, artistas e intelectuais dos dois locais. O destaque foi para o antropólogo e fotógrafo francês Pierre Verger, um dos idealizadores do projeto e que doou sua coleção de obras artísticas provenientes do Benin, as quais compõem o acervo do museu. ”Ele dizia que o oceano que divide as duas regiões é na verdade um rio com duas margens. Do lado de cá, entre o Maranhão e o Rio de Janeiro, e do lado de lá, entre o Marrocos e a Namíbia”, afirmou o presidente do Olodum, João Jorge Santos.

 

 

A importância de se estimular a institucionalidade do local e se retornar a sua função inicial de fortalecer a interação entre os dois países foi o destaque da secretária executiva da Fundação Pierre Verger, Ângela Elisabeth Lühnning. “É preciso garantir uma conjuntura institucional favorável para que se mantenha a memória deste lugar. A Casa do Benin deve voltar a ter participação ativa na história da Bahia”, considerou.

 

 

Já o secretário municipal de Desenvolvimento, Turismo e Cultura, Guilherme Bellintani, expôs a preocupação em reintegrar a Casa do Benin nas ações de políticas culturais de Salvador. “Nesta gestão, queremos olhar para frente e fazer coisas novas, com base no respeito ao legado que já foi construído e à riqueza cultural existente na cidade”, afirmou.

 

 

Para o presidente da FGM, Fernando Guerreiro, a interação do espaço com a população é fundamental para a sua revitalização. “Eu gosto de chamar este local de Casa. É um nome que propõe uma relação de acolhimento, estimula sentimentos positivos e aproxima as pessoas. O museu está aberto para receber propostas e projetos, queremos ocupá-lo 24 horas por dia. Vamos fazer com que o coração deste local volte a pulsar no cenário cultural da cidade”, salientou.

 

 

A reinserção do museu nas ações de políticas públicas é fundamental para promoção da cidadania, retorno às raízes da identidade soteropolitana, fortalecimento da autoestima da população e para aumentar o diálogo com o continente africano. “Podemos fazer muito por esta cidade. Temos o direito de fazer arte, cultura e muito mais. Que venham mais casas de países africanos e possibilidades de intercâmbio. Só assim poderemos preservar a nossa cultura”, destacou João Jorge Rodrigues.

 

 

Casa do Benin – Instalado em um casarão do Centro Histórico de Salvador, com a intervenção da artista plástica Lina Bo Bardi, o Museu Casa do Benin tem como objetivo conservar e difundir a cultura do país localizado na África Ocidental, que é um dos berços da cultura baiana e da história brasileira. Possui um acervo composto por obras da coleção do antropólogo e fotógrafo francês Pierre Verger que, durante quase 30 anos, se alternou entre o Golfo do Benin e a Baía de Todos os Santos, sempre em busca de semelhanças entre os dois lugares. Além disso, o espaço é um Centro de Referência da Matriz Africana, onde são desenvolvidas atividades de promoção de linguagens artísticas, como artesanato, dança e culinária, bem como recebediversas exposições temporárias ao longo do ano. 

 

 

Skip to content