Com a finalidade de sensibilizar a população acerca dos impactos causados em detrimento do descarte irregular de resíduos nas praias e ambientes marinhos, sobretudo nas épocas festivas, a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) realizou uma ação especial, no Rio Vermelho, no último sábado (28). A iniciativa faz parte da Operação Tá na Pegada – Sua praia mais limpa, executada durante a alta estação pelo órgão.
A ação no Rio Vermelho contou com a parceria da Ocean Care e Córregos. O grupo realizou a limpeza da faixa de areia das praias de Santana e da Paciência, recolhendo lixo, resíduos e objetos descartados de forma irregular. Uma tenda exclusiva também foi montada no Largo de Santana para esclarecer dúvidas, bem como orientar as pessoas que circulavam pela região sobre a preservação marinha e os cuidados que podem ser tomados durante as comemorações do dia 2 de fevereiro para evitar a poluição do mar.
“É preciso ter consciência ambiental até mesmo na hora de exercitar a fé. Estamos aqui para conscientizar as pessoas e mostrar que é possível agradar Iemanjá sem causar danos ao meio ambiente e preservando o mar”, explicou o presidente da Limpurb, Omar Gordilho.
Dicas – A ekedi Jandaucy, do Terreiro do Bogum, no Engenho Velho da Federação, dá dicas de como montar uma oferenda sustentável para a rainha do mar. “O ideal é não utilizar materiais plásticos e de metal, como brincos, pulseiras e embalagens. Se for dar um perfume, não jogar o vidro diretamente no mar e sim banhar o balaio, que deve ser de palha natural, com o líquido. Despejar e tirar os sabonetes das embalagens e abusar das flores naturais – Iemanjá adora flores e elas são altamente sustentáveis, são ideais pra presentear, não esquecendo de tirá-las da embalagem”, explica.
Tá na Pegada – O programa conta também com divulgação de informação sobre o bom uso das praias e o jingle da campanha, através de “motodoors” que vão circulando pela orla da capital aos finais de semana. São utilizadas também bikedoors distribuídas pela cidade com dicas para curtir bem a praia neste verão e, ainda serão instaladas dez placas educativas “instagramáveis” pelas praias de Salvador, com frases educativas e convidativas a viver uma praia mais limpa.
A Praia da Preguiça, no Centro de Salvador, foi o local escolhido pela Prefeitura para receber a primeira árvore flutuante de Natal, na tarde desta segunda-feira (19). A inauguração do símbolo natalino de seis metros de altura foi realizada pela Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), com a parceria da Z6 Náutica, Bahia Marina e apoio da Fundação Aleixo Belov, Kirymurê Outrigger e Vegah.
Ao todo, 40 crianças da Gamboa de Baixo participaram da ação, conversaram com o Papai Noel e receberam livros, panetones, lanches e brinquedos. Em vez do trenó e das renas, o Papai Noel deu uma volta de canoa para animação geral da criançada.
A árvore de natal flutuante foi produzida pelo artista plástico Gilson Cardoso a partir de materiais 100% recicláveis e reutilizáveis, a exemplo de garrafa PET, papelão, isopor, plástico e madeira. O objeto permanecerá no mar da praia da Preguiça até o dia 8 de janeiro. À noite, a árvore fica iluminada, chamando a atenção dos moradores e visitantes.
“Além de ser uma linda obra de arte confeccionada de forma sustentável, essa ação é inédita em nossa capital e contribui ainda mais para o diálogo e fomento da educação ambiental com a nossa população”, destacou o secretário de Ordem Pública (Semop) e presidente da Limpurb, Omar Gordilho.
A sócia da Z6 Náutica, Ágatha Wicks, disse ter ficado muito feliz com o projeto. “Nos sentimos muito realizados. Esse é um trabalho coletivo, em que vários parceiros estão dando as mãos e criando forças para ajudar a comunidade. A Limpurb, juntamente com o consórcio Ecosal, pediu a nossa ajuda para a produção da balsa. Nós produzimos a balsa, juntamente com a Bahia Marina, que também ajudou com a iluminação, e também resolvemos fazer essa ação voltada para as crianças. Esse é o primeiro ano do evento e a gente pretende mantê-lo nos próximos anos, atendendo a mais pessoas”, destacou.
Nascido na comunidade da Gamboa, Henderson Almeida, de 30 anos, participou do projeto com a filha Valentina Mendonça, de 1 ano. “Achei perfeita essa ação feita pela Prefeitura com outros grupos. É uma valorização imensa e o sentimento é de gratidão mesmo por ter ações como essa voltadas para a Preguiça, que é um local que já foi muito marginalizado, mas que, através de projetos sociais, têm tido cada vez mais valorização”, declarou.
Para Richard Saback, capitão de base do clube de canoagem Kirymurê Outrigger, o projeto soma-se a outros que valorizam a praia da Preguiça. “Para essa praia é uma ação muito interessante, pois é um local que já sofreu muito preconceito há um tempo, mas por meio do esporte, como a canoagem e futevôlei, passou a entrar em cena e a ganhar holofotes”.
O Papai Noel, que escutou com atenção o pedido das crianças da Gamboa, foi João Marcelo, ex-jogador do Esporte Clube Bahia e vencedor do Campeonato Brasileiro pelo time em 1988. “É um sonho para mim. Eu nunca tive Natal na minha infância, pois minha mãe não tinha condições de comemorar, então eu sempre sonhei em ser Papai Noel um dia para conviver com as crianças e poder proporcionar a elas um pouco do que eu não tive. Por isso, não há dinheiro que pague esse momento. Estou muito feliz”, contou.
Natal Sustentável – A árvore flutuante natalina faz parte de um conjunto de ações desenvolvidas pela Limpurb para incentivar a sustentabilidade e a conscientização das pessoas em relação ao descarte de resíduos ao mesmo tempo em que promove um Natal mais bonito, divertido e iluminado em diferentes bairros da capital.
A cidade ainda conta com uma guirlanda sustentável na Praça ACM e Praça Arthur Lagos, Árvore Sustentável na Praça do Canal e Largo da Mariquita, mega árvore na Praça Tomé de Souza (Municipal) e Vila da Sustentabilidade na Praça Ana Lúcia Magalhães.
Criado: 19 Dezembro 2022
Espécie rara no litoral baiano, o peixe-boi-marinho Tupã, que havia sido reintroduzido em seu habitat natural em 2012, foi avistado na manhã de quinta-feira (17), em uma praia de Itapuã. Resgatado em 2005, na Bahia, Tupã vem sendo monitorado desde então.
O chefe de Prevenção e Treinamento da Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar), Jou Alexandre Oliveira, foi acionado para a ocorrência por um colega salva-vidas, que avistou o animal e enviou um registro do acontecido. Logo depois, foi feito o contato com o Grupamento de Proteção Ambiental (Gepa) da Guarda Civil Municipal (GCM), que acionou o Instituto do Meio Ambiente (IMA). O Gepa e os pescadores conduziram o animal para alto-mar.
Sinalização – “Tivemos um retorno positivo do IMA, relatando que as bandeiras roxas foram fundamentais para que eles identificassem o local do chamado. A sinalização também foi importante para impedir o acesso de banhistas à área e eventuais incidentes”, declarou Oliveira.
Segundo o coordenador da Salvamar, Kailani Dantas, o peixe-boi apareceu durante o período de maré seca e teve dificuldade em se deslocar. “Nossa Equipe de Resposta Rápida (ERR) colocou, imediatamente, as bandeiras para auxílio do resgate”, explicou.
Em casos semelhantes, a orientação é para que o cidadão entre em contato com a GCM, para acionamento da equipe de agentes treinados em ocorrências com animais silvestres, especialmente marinhos. A GCM é acionada através do número (71) 3202-5312.
Uma parceria firmada na manhã desta quarta-feira (9) entre a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis), e a Universidade Católica do Salvador (Ucsal) vai fomentar a educação ambiental e o intercâmbio entre o ensino-pesquisa universitária com as práticas profissionais, trazendo a Universidade para dentro dos equipamentos municipais. A ação vai viabilizar a realização de estudos, pesquisa e ações voltadas para o conhecimento e proteção da biodiversidade e ações de conservação.
De acordo com o diretor do Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (Savam/Secis), João Resch, os estudos e ações têm como produto final a elaboração de materiais, indicadores e ações técnicas, incluindo relatórios que envolverão professores e alunos da graduação e pós-graduação da Ucsal, além de representantes técnicos da pasta municipal. “A Secis irá fornecer apoio técnico, dados georreferenciados, dados biológicos e ecológicos necessários à execução das atividades educativas, com a disponibilização de profissionais para acompanhamento dos técnicos e pesquisadores da Ucsal, a fim de concretizar as atividades de pesquisa”, explica.
Além disso, a pasta irá contribuir com Inventariado da Biodiversidade, especialmente de fauna. A iniciativa vai contemplar a flora do Jardim Botânico de Salvador, para implantar o projeto para reconhecimento deste como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. A partir do aprofundamento do reconhecimento da fauna local, também está prevista a da proposição e formatação de um guia ilustrado da biodiversidade do espaço, em parceria com a universidade.
A titular da Secis, Marcelle Moraes, destaca que a Ucsal vai disponibilizar técnicos para ministrar palestras, cursos e treinamentos aos colaboradores sobre temas relacionados às análises geradas, de acordo com a disponibilidade dos participantes. “Esta parceria é de grande importância para Salvador, pois conectamos a gestão municipal com a Universidade, ou seja, contribuímos com a qualificação dos novos profissionais e acadêmicos interessados na área da sustentabilidade, ensino, pesquisa e extensão”, declarou.
A intenção, de acordo com a gestora, é estender a parceria com outras universidades, faculdades e demais instituições de ensino e pesquisa da capital baiana. “Esta é, certamente, a primeira de muitas outras ações conjuntas dessa natureza que iremos concretizar. Com isso, toda a sociedade soteropolitana é beneficiada, por fortalecermos os estudos que dizem respeito à preservação do meio ambiente, e demais questões de sustentabilidade e resiliência”, prospecta Marcelle.
Criado: 09 Novembro 2022
Diversas culturas ao redor do planeta têm o uso e a manipulação das ervas como parte da prática religiosa, a exemplo de ameríndios, chineses e africanos. Salvador mantém um espaço específico no Jardim Botânico de Salvador, no bairro de São Marcos. O equipamento abriga plantas tradicionalmente utilizadas para fins medicinais, gastronômicos ou rituais, dentre as mais de 61 mil espécies preservadas no local, que possui 160 mil metros quadrados de área, divididos entre plantas vivas e preservadas no herbário Radam Brasil, que integra o complexo.
Para o coordenador de Projetos e Políticas da Reparação da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), Alisson Sodré, a iniciativa de criar um espaço etnobotânico para tratar de plantas sagradas vai muito além da preservação – é também uma forma de garantir a preservação do sagrado e a valorização das religiões de matriz africana, que têm em sua base o cuidado e a ligação com a natureza.
“Antes de termos acesso a tudo que hoje a moderna medicina nos proporciona, diante dos avanços científicos e tecnológicos em relação aos cuidados com o corpo – em especial os advindos da África, na condição de escravizados – tinham como únicos elementos para cuidar do espírito, das enfermidades e também da culinária as plantas, para nós, tidas como sagradas. Portanto, é um ganho muito valoroso para todos”, aplicou.
Usos e benefícios – Jane Palma, gerente de Biblioteca e Promoção do Livro e Leitura da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e Iyarogba de Oxóssi, do Terreiro do Gantois, lembra que todas as religiões de matriz africana trabalham com água e folhas, banhos, chás, infusões e vaporizações.
“São folhas para cura de doenças físicas e espirituais. Para banhos crus, folhas verdes, que serão misturadas (maceradas) em vasilhas de barro e coadas. Como exemplos, temos a arruda, utilizada para trazer proteção, e a mamona, que ajuda a curar feridas. A bertalha, por sua vez, é um ótimo remédio contra febre. Babosa cura infecções. Taioba é para cicatrização “, explica.
Ainda segundo Jane Palma, outras folhas bastante destacadas para o uso ritual, medicinal e gastronômico são o bambu, que afasta espíritos mortos; louro, que traz prosperidade; e palha de alho, usada contra inveja e olho gordo. Já a folha de fumo age contra a perseguição. “A natureza é a base de várias civilizações que curam utilizando muitos chás e ervas”, finaliza.
Péricles Ávila, analista de gestão pública e cambono do terreiro de D’Oya, em Gameleira, explica que toda a natureza atua junto à cultura religiosa de um lugar. “São elementos construtivos para uma vida saudável. Louvamos os senhores da guerra, das matas silenciosas, dos odes e até dos reinos minerais e das águas. Nosso lema é: se não há folha, não há orixá. Todas as plantas têm o seu valor. Cultivar folhas frias, quentes e mornas faz parte de nossa essência. Destaco uma folha importante dentre tantas outras: o peregum, que tem um fundamento especial desde um ebó ao nascimento de um noviço”, ensina.
Estrutura e funcionamento – Com uma área total construída de 2,2 mil m², o Jardim Botânico de Salvador funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Além do espaço das plantas sagradas, a estrutura também possui um prédio principal, com quatro pavimentos. No subsolo, são encontrados vestiários, copa, depósito, estufa, sala de ar condicionado e sanitários. No andar térreo está o auditório com capacidade para 47 pessoas, conectado com o foyer.
Há ainda o espaço semicoberto para atividades diversas com arquibancada. O ambiente digital com expositivos voltados à educação ambiental, além de hall de exposições e sanitários, também fazem parte deste andar.
O primeiro pavimento tem área vegetal descoberta, de onde é possível avistar a copa das árvores, ou seja, a parte aérea da vegetação local. Também estão no primeiro andar o setor de programas e pesquisas, laboratórios, setor de coleções vivas, setor de acervo científico, salas administrativas, sala de curadoria, herbário, espaço de reuniões, copa/café e sanitários.
Por fim, a cobertura vegetal possui área calçada, que permite o acesso e vista para a área externa. O projeto de requalificação do Jardim Botânico foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e o espaço é administrado pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis).
Criado: 31 Outubro 2022
Pouco mais de 200 alunos do 1º ao 5º ano da Escola Municipal Bom Juá receberam, nesta quarta-feira (5), a primeira de duas etapas de apresentações do projeto nacional BuZum!, que tem por objetivo levar cultura, arte e conscientização a instituições escolares de todo o país. O projeto levou à instituição de ensino os espetáculos “Perigo Invisível” e “O Grande Perigo”, que serão exibidos até a quinta-feira (6), num total de sete apresentações nos turnos matutino e vespertino.
Exceção entre os colegas, o pequeno Railton Sacramento, de 10 anos, já assistiu a alguns espetáculos, mas afirma que ter apresentações na unidade escolar que frequenta tem um diferencial. “Estou ansioso, pois essa peça fala do cuidado com o meio ambiente, da coleta de lixo dos mares e de todo o planeta”, diz.
A coordenadora pedagógica Edileusa Souza explica que a ideia de levar o espetáculo aos alunos surgiu da necessidade de encontrar parcerias para ações que possam ser compartilhadas na unidade escolar. “A proposta casou com nossa concepção de ações para o meio ambiente na escola. Então conseguimos essa parceria com a BuZum e, agora, temos a oportunidade de trazer o teatro para dentro da instituição, inserida na pauta de cuidados com o meio ambiente, provocando os alunos para participar de atividades como esta”.
Para a gestora, a oportunidade é uma chance de a turma conhecer um pouco mais sobre espetáculos artísticos, que não teriam acesso de outra forma. “Eles criam grandes expectativas, e a escola responde valorizando esse desejo e agregando cultura e arte no currículo escolar. Dessa forma, eles passam a explorar outros conhecimentos”.
Conscientização – Fernando Negah, produtor da Companhia BuZum”, explica que “O Grande Perigo”, espetáculo apresentado neste primeiro dia na escola, tem por objetivo conscientizar sobre a necessidade de não jogar lixo nos mares. “Contamos a história de uma pequena tartaruga que se perde da mãe e passa por diversas aventuras até reencontrá-la em meio ao entulho. Neste meio tempo ela se depara com muitos desafios relacionados ao lixo jogado no mar, até encontrar a mãe. Plantamos a ideia da conscientização para que as crianças possam difundir essas informações em casa, com os amigos, enfim, formando uma grande rede através dos pequenos”, reforça.
Para o diretor da Bom Juá, Herson Conceição, o projeto traz uma oportunidade de manter uma relação entre os 203 alunos com o meio ambiente. “A peça em si foca na sensação de pertencimento com a comunidade, fala de coleta e separação do lixo, da necessidade de se preservar a vida marinha em relação ao lixo jogado na areia ou no mar. A ideia é fazer com que o aluno faça essa ligação da peça com a sua realidade, com o seu dia a dia em comunidade, com impacto direto no dia a dia das crianças. O próximo passo será acrescentar este projeto também no contraturno das aulas, como reforço e atividades lúdicas, que possam suprir as necessidades destes alunos no campo cultural”, completa.
Criado: 05 Outubro 2022